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Pesquisadores desenvolvem processo de produção de areia artificial que beneficia construção civil e preserva a natureza

09 / abril / 17

O que é a pesquisa?

Atualmente, 90% da produção nacional de areia é obtida a partir da extração em leitos de rios e é da ordem de 155 milhões de metros cúbicos ao ano.
A extração de areia obtida nos rios causa impactos sobre o meio ambiente, em conseqüência da retirada da cobertura vegetal e degradação do curso d`água. Por isso, esta atividade tem sido coibida pelos órgãos responsáveis pela fiscalização do meio ambiente e pelo IBAMA, visto que a exploração de areia ser uma prática próxima dos grandes centros urbanos.

Com a exaustão das áreas próximas, os mineradores são forçados a extrair areia em locais, cada vez mais distantes do mercado consumidor, o que onera o preço final do produto.

Diante desse quadro, pesquisadores do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Departamento de Engenharia Civil e Metalurgia/Materiais da COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro, propuseram-se a estudar a viabilidade de produzir areia artificial a partir dos finos de pedreiras. Deste modo buscam solucionar, numa única proposta, dois problemas ambientais distintos: aproveitar os finos das pedreiras e evitar a degradação dos cursos d`água.

Como é feita a pesquisa

Após aquisição/confecção dos equipamentos, montou-se uma unidade piloto. A rocha utilizada nos ensaios é de origem granítica, proveniente das pedreiras localizadas no Estado do Rio de Janeiro e da região de Juiz de Fora (MG). Duas faixas de tamanhos foram alimentadas ao circuito de britagem: entre 12,5 e 4,8 milímetros (brita 0) e entre 0 e pó-de-pedra.

Os ensaios de britagem foram realizados em um circuito fechado representado por um silo com capacidade de, aproximadamente, 2 metros cúbicos, um alimentador de gaveta, um britador de eixo vertical VSI (BARMAC, modelo 3000), com capacidade nominal de 12 toneladas por hora, com regulagem de abertura de fluxo por cascata, uma peneira vibratória com duplo deque (de 6 e 3 milímetros) e quatro transportadores de correia que operam à velocidades de 1,6 metros por segundo.

Nesse circuito fechado de britagem, o material retido nas telas com aberturas de 6 milímetros (alívio) e 3 milímetros é realimentado ao britador, junto à alimentação nova. O material passante no deque é depositado em uma pilha para posterior classificação a seco, realizada por um classificador Sturtevant, com capacidade nominal de 200 quilos por hora. Sua alimentação é realizada com o auxílio de um alimentador vibratório. Os produtos oriundos do classificador são a areia artificial (produto grosso) para concreto e o filler (produto fino) para argamassa.

Visando testar a aplicabilidade do projeto, o Cetem inaugurou em 2002, em parceria com a UFRJ, a primeira unidade piloto para produção de areia artificial a partir dos finos de brita. A unidade foi instalada numa pedreira de granito do município de Matias Barbosa (MG) e sua capacidade de produção é de 2 toneladas por hora do produto.

A qualidade da areia obtida foi avaliada durante seis meses por técnicos do CETEM e da UFRJ para a certificação de seu uso na construção civil. Os resultados alcançados nos testes realizados, na unidade piloto, foram tão positivos que os proprietários da pedreira onde a unidade esteve instalada contataram fabricantes de equipamentos necessários para montagem de uma planta industrial de areia artificial a partir dos finos de pedreira, até então considerados simples rejeitos por empresários do setor.

Atualmente, a unidade piloto está montada em outra pedreira, no município de Nova Iguaçu (RJ). Está prevista ainda no projeto a instalação da unidade em mais duas pedreiras, completando a fase de testes da pesquisa.

Os resultados esperados do projeto são:
1. Obtenção de dados gerais das usinas de brita do Rio de Janeiro e da região de Juiz de Fora (MG);
2. definição das características tecnológicas da areia artificial para a construção civil;
3. desenvolvimento do processo de beneficiamento para obtenção de areia a partir de finos de pedreiras;
4. formação e consolidação de grupos de excelência na área de minerais industriais para a indústria de construção civil;
5. transferência de conhecimento por meio de seminário e/ou comitê executivo; e
6. aplicação das tecnologias desenvolvidas.

Importância da pesquisa

O projeto apresenta duas alternativas a partir da produção de areia artificial: uma ambiental e a outra econômica. A primeira visa a redução dos impactos ambientais ocasionados pelo processo convencional de extração de areia, principalmente das áreas mineradas no leito dos rios.

A segunda é econômica, pois uma das grandes vantagens da areia artificial é que a sua produção pode ser realizada no canteiro das pedreiras localizadas próximas aos grandes centros urbanos, o que reduziria o custo da matéria-prima para o seu maior mercado consumidor, a industria da construção civil.

É importante salientar que areia artificial é uma opção mais barata do que a natural em função do frete, pois a matéria-prima de origem natural está cada vez mais distante, percorrendo um longo caminho até o mercado consumidor.

Nas grandes metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo o metro cúbico da areia artificial é vendido a cerca de R$18,00 (dados de 2003). Em contrapartida, o metro cúbico do produto natural chega a R$25,00 sendo 40% mais caro.

Além disso, para a indústria de construção civil a areia artificial possui maior uniformidade nas suas características tecnológicas, oferecendo por isso um aproveitamento mais adequado do que a areia natural.

O estudo oferece também uma possibilidade de utilização para o rejeito da produção de brita, que representa 20% do material processado, diminuindo o impacto ambiental causado pela sua disposição inadequada na natureza.

Texto de divulgação científica publicado em 30 de março de 2004.

Pesquisador(es) Responsável(eis)

Salvador Luiz Matos de Almeida – Gilson Ezequiel Ferreira – Valesca da Silveira Silva – Luiz Marcelo Tavares- Romildo Toledo – Emerson Reikdal Cunha – Jardel Gonçalves

fonte: www.canalciencia.ibict.br



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